Seleção de um tripé


Elano e Maicon se abraçam emocionados após o primeiro gol da Seleção Brasileira

Maicon, Elano e Robinho. Somente eles foram decisivos para a magra vitória da Seleção Brasileira por 2 a 1 na estreia do Copa do Mundo diante da "semi-amadora" Coreia do Norte. Pouco para uma seleção cotada para vencer o mundial. Justiça seja feita também a Michel Bastos que correu muito e teve uma boa atuação, apesar de não ter sido decisivo.

Julio Cesar e a dupla de zaga Lúcio e Juan pouco trabalharam contra uma equipe que jogou com uma linha de quatro defensores e outra de cinco no meio-campo - eventualmente, diga-se, eventualmente, o atacante Tae-Se deixava a linha do meio e trombava com os defensores brasileiros. No lance do gol coreano o goleiro da Inter de Milão não teve culpa, já que Gilberto Silva e Lúcio deixaram espaços para Yun Nam sair na cara do gol com tranquilidade.

Kaká nem de longe lembra o melhor jogador do mundo de 2007. Está bastante comprometido fisica e tecnicamente. O camisa 10 da seleção brasileira, que se recupera de uma lesão no púbis, não consegue mais dar suas arrancadas, que sempre fizeram a diferença em favor do craque. Kaká errou passes e não foi nada incisivo. Isso é extremamente preocupante por dois motivos:

1- O meio-campo da seleção é fraco e os homens que jogam atrás de Kaká, Gilberto Silva e Felipe Melo, são imprestáveis em termos de criação. Elano, embora ontem tenha tido uma boa atuação, não tem mobilidade e Robinho é veloz e incisivo mas não tem caracterísiticas de organização.

2- O problema começa na convocação, quando Dunga resolveu deixar Paulo Henrique Ganso de fora, o único jogador brasileiro em boa fase com caracterísiticas parecidas às de Kaká, o principal jogador do time brasileiro. Infelizmente não dá para depositar esperanças em Julio Baptista.

O jogo foi decidido em lances isolados. No primeiro gol, Elano percebeu Maicon passando livre pela direita e tocou para o lateral, que por sua vez teve a sorte de encontrar um goleiro inocente que abriu o canto para que ele batesse para o gol. O segundo gol saiu de uma passe magistral de Robinho para Elano finalizar com liberdade. Mas depender de lances isolados de três jogadores é muito pouco para uma Seleção Brasileira. Faltou troca de passes, tramas ofensivas. Luis Fabiano, por sinal, só teve uma chance de finalizar. O atacante precisa que a bola chegue mais vezes em seus pés.

Pelo jeito os treino fechados à imprensa não tiveram muito efeito. Precisa melhorar muito para enfrentar a forte Costa do Marfim no domingo, com Drogba no ataque.

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