Julio César, Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto Silva, Felipe Melo, Elano, Kaká e Robinho; Luís Fabiano. Este foi o time escalado como titular por Dunga no primeiro treino coletivo da Seleção Brasileira em Johannesburgo.
Nenhuma surpresa. As dúvidas, Michel Bastos ou Gilberto, Elano ou Ramirez, parecem ter sido sanadas e quem acompanha a seleção já deduz há um tempo que esta será realmente a equipe titular que defenderá o Brasil na Copa.
Ao longo dos três últimos anos, Dunga definiu seu time base, o que é importante para o entrosamento da equipe, algo essencial no futebol. No entanto, faltou um pouco mais de ousadia ao não dar oportunidade a alguns jogadores, não somente Paulo Henrique Ganso e Neymar.
Citamos também Elias (Corinthians), Roberto Carlos, Thiago Motta (Inter de Milão), Alex (Fenerbahçe) entre outros. Hernanes (São Paulo) e Lucas (Liverpool) tiveram poucas oportunidades também.
O problema é que o time de Dunga se acostumou a jogar apenas de uma maneira, no 4-2-3-1, e não há muitas alternativas analisando o banco de reservas. O único momento em que a equipe jogou com uma formação diferente, foi mais defensiva, utilizando três volantes, na Copa América de 2007.
Não há dúvidas de que a Seleção Brasileira é muito forte e uma das favoritas ao título. Mas preocupa o fato de Dunga não ter alternativas para deixar o time mais ofensivo e nem ter tido essa atenção.
Além disso, pelas características do time, a Seleção é muito dependente de Kaká, o principal responsável pelos contra-ataques e o que tem mais qualidade no passe. Por isso temos que torcer para que o camisa 10 esteja mesmo recuperado.
No torneio de Roland Garros mais chama a atenção o figurino da norte-americana Venus Willians do que os jogos. A ousadia no vestido é tamanha que os shorts utilizados por baixo do vestido, da mesma cor da pele da tenista, em alguns momentos deixam a impressão de que ela está nua.
Em vários pontos das partidas, ela demonstra sentir certo desconforto com a peça ‘inovadora’, mas vale tudo pelo "marketing esportivo". Mesmo assim a segunda colocada no ranking da WTA, não tem precisado de muito esforço para bater as adversárias e está na terceira rodada de Roland Garros.
A extravagância das vestes de Willians certamente deixa o público de queixo caído, principalmente os marmanjos. Se a moda pega, o esporte, majoritariamente praticado e prestigiado pela elite, vai se popularizar.
12:19
Como se não bastasse o Campeonato Brasileiro estar em disputa num período inoportuno, em que só se fala de Seleção Brasileira e dos preparativos para a Copa - e nem poderia ser diferente - grandes clássicos de rivalidades históricas, além de ofuscados por esse motivo, são prejudicados pelo "inteligente" calendário da CBF.
Assim, jogos como Flamengo e Fluminense, no Maracanã, e São Paulo e Palmeiras, no Morumbi, serão disputados hoje, às 19h30 e às 21h50, respectivamente.
Se a média de público já tem sido ruim em clássicos regionais disputados em tardes de domingo imagine com esses horários, num dia de semana. Pior que isso só se colocassem em horário comercial.
O prejuízo diante dessa situação reflete na saúde financeria dos clubes, que acabam arrecadando pouco com a renda do jogo, nas equipes, que caso tenham jogadores convocados para a seleção ficam desfalcadas (se Dunga tivesse convocado Ganso, Neymar e Hernanes os jogos ficariam ainda menos atrativos) e na própria imprensa esportiva, que fica sobrecarregada pela dificuldade de dar o devido destaque a tantos assuntos ao mesmo tempo.
O futebol brasileiro não se desenvolverá enquanto continuar dependente da emissora de TV que detém os direitos de transmissão, que faz o que quer com o calendário.
Correr riscos. Essa afirmação está associada tanto na vida como no futebol. A todo momento estamos correndo riscos, seja no trânsito, nas ruas, em casa (ainda mais com a violência de hoje em dia), com nosso próprio corpo etc. Também podemos acertar ou errar. Por sermos seres humanos não somos perfeitos fisica, emocional ou intelectualmente.
No futebol, não é diferente. As equipes correm riscos de perder ou ganhar. Não há equipe perfeita, imbatível e por ser tão imprevisível o futebol é tão emocionante e apaixonante.
Prova disso é a conquista da Internazionale de Milão na Copa dos Campeões da UEFA. A equipe comandada pelo competente José Mourinho (apesar de sua arrogância em alguns momentos, há de se reconhecer que hoje ele é o melhor do mundo em sua função) bateu os favoritos Chelsea e Barcelona. Assim como o adversário do time italiano na decisão, o Bayern de Munique, passou por outro cotado como favorito, o Manchester United. Apesar de favoritas, essas equipes não eram imbatíveis, portanto.
Na final, a Inter manteve sua estratégia contra os alemães, mas não passou por sufoco, já que o time do técnico Louis Van Gaal, sem Ribery, foi muito dependente de Robben. Assim, em dois lances de contra-golpes mortais a Inter garantiu o título com dois gols de Diego Milito.
Não é incomum no futebol que equipes superiores tecnicamente sejam surpreendidas pelo seus adversários. Mas essa conquista da Inter foi especial. Lavou a alma dos torcedores, que não viam o time que veste negro e azul vencer o maior título da Europa desde 1965. Era de arrepiar a emoção que tomou conta de todos os que estavam no Santiago Bernabéu e nas ruas de Madrid e Milão.
Para bater Chelsea e Barcelona era preciso ser inteligente. E Mourinho foi mais inteligente do que arrogante. É claro que ficar na defensiva contrasta com a beleza do futebol e, jogando assim, a Inter correu riscos. No entanto, mais arriscado ainda seria a equipe ter o atrevimento e a inocência de partir para o ataque diante de adversários mais fortes.
Jogar desta maneira não significou que a Inter não tinha qualidade. Pelo contrário, pois a equipe soube, nos momentos certos, aproveitar muito bem as chances que teve. E para aproveitá-las da melhor maneira possível, só tendo excelentes jogadores para defender como Julio César, Lucio, Samuel, Cambiasso, Thiago Motta e Zanetti, para dar o passe preciso, como Sneijder, para contra-atacar com muita velocidade, como Maicon, Pandev e Eto'o e para finalizar com perfeição, como Diego Milito. Temos que destacar também que alguns desses jogadores são bons para outras funções além das apontadas.
O que caracterizou o time italiano que venceu tudo nesta temporada (Copa dos Campeões, Campeonato Italiano e Copa da Itália) foi a entrega e a versatilidade dos jogadores. O maior exemplo disso foi Eto'o, centroavante de origem, mas que com a boa fase de Milito, foi deslocado para jogar aberto pelo lado direito do meio-campo, função que executou com propriedade. Eto'o conquistou assim seu terceiro título europeu e sua segunda tríplice coroa. Havia conquistado duas Champions e uma "tripleta" com o Barcelona, que o cedeu à Inter junto com 40 milhões de euros para ter Ibrahimovic. Não é preciso nem dizer quem se deu melhor na negociação.
Na maioria das vezes, a estratégia mais sensata e inteligente, na vida como no futebol, é a menos arriscada. E deu certo. A Inter conquistou tudo o que disputou nesta temporada.
Torcedores de São Paulo e Internacional e todos os que apreciam o futebol aguardarão com muita expectativa o período de 40 dias de recesso para a Copa do Mundo até que sejam abertas as portas do espetáculo dividido em dois jogos que decidirão o finalista da Libertadores.
As equipes passaram nas quartas-de-final pelos dois últimos finalistas. O São Paulo bateu o Cruzeiro com duas vitórias espetaculares por 2 a 0 e o Internacional venceu o atual campeão Estudiantes, com uma vitória e uma derrota: 1 a 0 no Beira-Rio e 1 a 2, na Argentina, com um gol de marcado no último minuto que deu a classificação ao Colorado, uma vitória na alma, com a cara da Libertadores.
Bem que poderiam esses jogos ser válidos pela final, repetindo o fantástico duelo de 2006, que naquele ano representou a supremacia do futebol brasileiro na América do Sul.
O Inter levou a melhor num confronto de gigantes que foi sem dúvida uma das maiores decisões da história do torneio de futebol mais importante das Américas. O torcedor colorado pôde comemorar o título pela primeira vez. Vibrou como nunca, em total estado de êxtase no Beira-Rio. O torcedor tricolor ansiava pelo bi-campeonato (em 2005, em outra final brasileira, o São Paulo havia batido o Atlético-PR) e pelo quarto título da história do clube, mas pôde sair de cabeça erguida daquela derrota, pois o São Paulo esteve vivo na disputa pelo título até o úlitmo minuto de jogo.
O São Paulo terá a chance de se vingar, como fez com o Cruzeiro, que o eliminou no ano passado. Dessa vez o mando de jogo se inverte em relação a 2006 e o segundo jogo será no Morumbi.
Nessa batalha de gigantes, as referências do São Paulo estão de um extremo ao outro da equipe, com Fernandão no ataque - coincidentemente um dos maiores ídolos da história colorada, capitão da Libertadores e do Mundial de 2006, mas que agora defende as cores tricolores e foi o principal personagem do time paulista na classificação para a semifinal - e o eterno capitão Rogério Ceni no gol, aliados a um time de muita raça e criatividade. Os argentinos Abbondanzieri, Guiñazu e D'Alessandro são o coração de um time que não aceita a derrota e luta até o final.
OBS: Que quem sair vencedor não se sinta o campeão e fique de olhos muito bem abertos com Universidad de Chile, que eliminou o Flamengo, ou Chivas-MEX, pois ambos chegaram de maneira surpreendente até as semifinais e numa final também podem repetir a dose.
Hernanes vibra em seu gol que inaugurou o placar na vitória por 2 a 0 contra o Cruzeiro. Dagoberto foi o autor do segundo gol.
Mais do que um aprimoramento em sua estrutura tática e uma melhora na qualidade técnica com a chegada de Fernandão, o que mais chama a atenção no São Paulo é a mudança de atitude.
Um time que há poucos dias jogava com monotonia e era merecedor de críticas, agora é digno de muitos elogios pelo que vem aprensentando na Libertadores, especificamente nos dois úlimos jogos, em que bateu a forte equipe do Cruzeiro nas quartas-de-final com muita competência e principalmente muita raça.
O espírito da Libertadores reacendeu no Morumbi e o tricolor, classificado para a semifinal, certamente é um dos favoritos para a conquista do título.
10:40
Estadio Santiago Bernabeu, palco da decisão da UEFA Champions League
Chelsea, na Inglaterra; Barcelona, na Espanha; Internazionale, na Itália e Bayern de Munique, na Alemanha, são os campeões dos quatro principais ligas nacionais da Europa.
Na Premier League, a equipe comandada pelo técnico Carlo Ancelotti teve uma campanha marcada por goleadas arrasadoras – como a da última rodada, 8 a 0 sobre o Wigan, que garantiu matematicamente o título inglês. O Chelsea terminou a competição com 86 pontos, um a mais que o vice-campeão Manchester United, e uma impressionante marca de 103 gols marcados em 38 partidas.
Os Blues tiveram o ataque mais eficiente da chamada “era moderna” do Campeonato Inglês e, pela primeira vez em sua história, faturaram o “double”, com os troféus da Premier League e da Copa da Inglaterra na mesma temporada.
Na Bundesliga, o título ficou com o Bayern de Munique, que voltou a ser campeão nacional depois de dois anos. O time do técnico holandês Louis Van Gaal terminou a competição com 70 pontos, cinco de vantagem sobre o Schalke 04 e, de quebra, ainda garantiu o título da Copa da Alemanha.
É na Itália, no entanto, que a palavra “supremacia” é mais bem utilizada para definir a superioridade da Internazionale. O time comandado pelo técnico José Mourinho conquistou o pentacampeonato do Calcio após a vitória por 1 a 0 sobre o Siena na última rodada. A Inter terminou o campeonato com 82 pontos, dois a mais que a vice-campeã Roma, sobre a qual também conquistou o título da Copa da Itália.
Também neste fim de semana, o Barcelona comemorou mais um título espanhol ao golear o Valladolid por 4 a 0 no Camp Nou. Os comandados do técnico Josep Guardiola não repetiram o desempenho assombroso da última temporada – quando conquistaram seis títulos –, mas tiveram no argentino Lionel Messi o grande trunfo para superar o rival Real Madrid na briga pelo troféu da liga espanhola. Ao final de 38 rodadas, o Barça somou 99 pontos, três a mais que o Real (96), e ambas as equipes coroaram suas campanhas com um excelente aproveitamento.
O encerramento da temporada europeia será no próximo sábado, 22, quando Internazionale e Bayern se enfrentam pela final da UEFA Champions League, no estádio Santiago Bernabéu, em Madrid.
E pelos desempenhos das equipes nos campeonatos que disputaram até aqui a disputa será extremamente acirrada. A Inter desbancou Chelsea, nas oitavas, e Barcelona, na semifinal, duas equipes consideradas antes as mais cotadas para o título, assim como o Manchester United - eliminado pelo Bayern, nas quartas-de-final - devido a seus desempenhos nos últimos anos.
Embora tenham chegado como surpresa nesta decisão, Bayern e Inter fizeram por merecer, têm tradição - Os alemães venceram quatro vezes o maior torneio de clubes do mundo e os italianos duas - e certamente fecharão com chave de ouro mais uma nobre temporada no Velho Continente.
Depois, que venha a Copa do Mundo.
Dunga conseguiu implantar um quartel na Seleção Brasileira. Mas não conseguiu fazer com que os torcedores brasileiros e boa parte da imprensa se tornassem seus soldados. Assim, logicamente, virou motivo de piada pela péssima convocação do time que disputará a Copa do Mundo, pois ao contrário dele, o brasileiro tem bom humor e criatividade.
Perante seus comandados Dunga está para um general. No entanto, perante à maioria dos brasileiros, mais parece um Recruta Zero. Não é possível que não esteja vendo o quanto está jogando Paulo Henrique Ganso. Ele disse na coletiva após o anúncio da convocação que o camisa 10 do Santos e Neymar, os dois melhores jogadores do Brasil no momento, eram reservas do Santos até dezembro. OK, eles eram reservas até dezembro. Dos que foram convocados, Kléberson era reserva até semana passada e Julio Baptista e Doni são reservas da Roma há meses. Inclusive Doni é reserva de outro goleiro brasileiro, Julio Sérgio.
Como se não bastasse essa maluca incoerência o técnico da Seleção da CBF também usou como justificativa para a ausência de Ganso e Neymar o mau desempenho nos Mundiais sub-20 e sub-17, respectivamente, disputados no ano passado. Ganso, que tem personalidade, o que talvez irrite Dunga, respondeu mostrando o quanto está mal informado o que carrega o nome de um dos anões da Branca de Neve. "Ele não está sabendo bem da seleção sub-20 que disputou o Mundial do ano passado. Fui titular em todos os jogos, pena que não voltamos com o título. No ano passado, eu estava ainda no começo de carreira. Era promessa. Hoje sou uma realidade", destacou o meia, em entrevista por telefone ao jornal O Estado de S. Paulo. E emendou: "Futebol é momento, atravessamos uma grande fase e ele (Dunga) poderia ter dado uma chance para nós dois. Se levasse a gente, estaríamos prontos."
O comentarista da ESPN Brasil e colunista da Folha de S. Paulo, Paulo Vinicius Coelho, um dos melhores e mais sérios jornalistas esportivos do Brasil, disse em seu blog: "Que Dunga e Jorginho assistem mal às competições sub-20 é sabido desde o Mundial de 2007. Naquela época, na Venezuela, um grupo de jornalistas assistia a Brasil 0 x 2 Estados Unidos, partida decidida pela grande atuação de Altidore, hoje convocado para a Copa do Mundo. Nessa hora, chegaram ao saguão do hotel de Puerto la Cruz Jorginho e Dunga com uma pergunta na ponta da língua: "Que jogo é esse?" A seleção brasileira sub-20 estava em campo.
Ou seja, além de incoerente, Dunga é mal informado. O que faria Dunga em épocas que a Seleção não está em atividade? Será que ele não assiste aos jogos? Pelo menos nos estádios, parece que não. Ao contrário dos outros treinadores que vemos pela TV, principalmente nos jogos europeus, onde estão os principais jogadores, Dunga e seu auxiliar Jorginho, nunca aparecem. O técnico da Seleção da CBF deveria estar dormindo por um longo tempo e acordou só agora, dando uma de Recruta Zero.
O blog "The Piauí Herald", da Revista Piauí, traz duas postagens muito engraçadas. Vale a pena conferir:
Irritado com reação negativa da imprensa, Dunga ameaça convocar postes
http://www.revistapiaui.com.br/herald/post_122/Irritado_com_reacao_negativa_da_imprensa_Dunga_ameaca_convocar_postes_.aspx
Após convocação de Dunga, carnaval na Argentina não tem hora para acabar
http://www.revistapiaui.com.br/herald/post_124/Apos_convocacao_de_Dunga_carnaval_na_Argentina_nao_tem_hora_para_acabar.aspx
Dunga mostrou ontem que a coerência que tanto exalta nem sempre é inteligente. Na coletiva após o anúncio da convocação dos 23 jogadores que irão para Copa do Mundo da África ele tentou justificar as ausências de alguns nomes dando "aula" de patriotismo e deixando claro que só pensa no futebol de resultados, pragmático, nem que tenha condições de montar um time melhor.
Fazendo referências a dois mestres colunistas justificamos o quanto a coerência de Dunga não é tão positiva como pensa o técnico da Seleção Brasileira. Tostão, em sua coluna na Folha de S. Paulo no último domingo, disse sabiamente que nem sempre a coerência é uma virtude e citou uma frase de Millôr Fernandes: "Coerente é o sujeito que nunca teve outra ideia". Isso diz tudo. Juca Kfouri, logo após a entrevista coletiva de Dunga, disse no programa "Bate Bola" da ESPN Brasil que o técnico da Seleção foi coerente com seu grupo de jogadores e o abraçou para ganhar ou perder com todos juntos, o que não deixa de ser certo. Mas, como ele diz que é tão patriota, onde está sua coerência com a maioria do povo brasileiro que pedia a convocação dos meninos da Vila, principalmente de Ganso?
Na Copa, se o Brasil vencer - e de fato é um dos grandes favoritos ao título - será como em 1994, sem fantasia, somente com resultado, sendo que teria condições de montar um time melhor, diferentemente daquele ano. Dunga poderia ter feito melhor e não quis.
Enfim, as palavras de Juca Kfouri e Tostão (também emprestadas de Millôr Fernandes) mostram que coerência só combina com inteligência na escrita e na pronúncia. Na vida, nem sempre.
O que se passa na cabeça de Dunga?
11 de maio de 2010. Enfim chegou um dos dias mais esperados do ano. Estamos há poucos instantes da divulgação da lista dos convocados para a Copa de 2010. Todos na expectativa do que Dunga dirá.
Ronaldinho Gaúcho, Neymar, Paulo Henrique Ganso, Roberto Carlos e alguns menos badalados são nomes comentados ultimamente para serem surpresas nessa lista.
Neste momento, 190 milhões de brasileiros que de um jeito ou de outro acompanharão a Copa estão na expectativa. Por um dia Dunga é mais importante até que o Presidente da República. Aguardemos.
O blog já manifestou sua opinião. Veja posts anteriores:
http://atuali-zc.blogspot.com/2010/04/selecao-brasileira-mudancas-sao.html
http://atuali-zc.blogspot.com/2010/04/neymar-e-ganso-na-selecao.html
No vídeo game o Brasileirão já começou. Adriano, que está na capa deste jogo, será que continua no Flamengo? O exemplo também serve para craques de outros times.
O Campeonato Brasileiro começa neste final de semana e a repercussão para a competição nacional de maior importância do futebol no país ainda é pequena entre jornalistas, torcedores e os próprios clubes. As atenções estão voltadas para as decisões da Libertadores e da Copa do Brasil e principalmente para a Copa do Mundo.
Alguns clubes pouparão seus principais jogadores nas rodadas iniciais do Brasileirão visando a conquista do título de maior prestígio do futebol das Américas ou do segundo torneio mais importante do Brasil, que dá vaga à Libertadores.
Além disso, é certo que muitos clubes perderão jogadores importantes ao longo da competição para o futebol europeu ou asiático. Assim, a equipe que estiver entrosada e bem na tabela pode ficar a ver navios e ser ultrapassada pelos concorrentes.
A princípio, como sempre, não há um ou dois principais favoritos, como acontece nas ligas europeias. Temos o Santos de Neymar, Paulo Henrique Ganso e cia., o Internacional, o São Paulo e o Cruzeiro, com seus brilhantes elencos e disputando o título da Libertadores, o Corinthians, buscando um prêmio de consolo após a eliminação na competição sul-americana, grande objetivo do clube no ano cujo alto investimento justifica o desejo que tinha pela conquista, além do Flamengo, atual campeão, que defenderá o título e está fortalecido após eliminar o Corinthians na Libertadores. Ainda aparecem com força o Grêmio, semifinalista da Copa do Brasil, o Atlético-MG, de Vanderlei Luxemburgo e o Fluminense, de Muricy Ramalho. Um pouco abaixo aparecem o Botafogo, de Joel Santana, o Vasco, retornando da Série B e o Palmeiras, tentando ressurgir das cinzas após no final do ano passado ter ido do céu ao inferno, onde ainda continua. Sem contar que sempre há surpresas e neste ano são grandes candidatos ao posto o Atlético-GO (em franca ascensão desde a Série C de 2008) e o Vitória, que estão nas semifinais da Copa do Brasil.
Mas de que adianta fazer prognósticos se além de o futebol ser imprevisível e absolutamente suscetível a surpresas, muitos jogadores desses outros clubes irão embora no andar da carruagem?
O Campeonato Brasileiro é um dos melhores do mundo, se não o melhor, pois em nenhum outro país há tanto equilírbio quanto aqui. Por isso é preciso que o calendário do futebol brasileiro seja readaptado e, de preferência, adequado ao calendário europeu - para onde vão a maioria dos jogadores negociados -, como já fez a Argentina há muito tempo, pois é frustrante para o torcedor saber que os principais jogadores de seu time podem ir embora justamente quando houver perspectiva de título.
Torcida do Corinthians incentivando a equipe no início do jogo. Mais de 35 mil pessoas foram ao Pacaembu
Acabou mais uma vez. O Corinthians não conseguiu seu grande objetivo de conquistar a Libertadores no ano de seu centenário. O título é mais do que cobiçado pela massa cortintiana e a expectativa por uma conquista desta vez era muito grande. O elenco foi reforçado com jogadores de peso. O time fez a melhor campanha da primeira fase. Quis o destino que o Flamengo, que chegou às oitavas-de-final cambaleante, fosse colocado em seu caminho. O clássico das duas maiores torcidas do Brasil era um teste que diria ao Timão se ele estaria ou não preparado para, enfim, tornar seu sonho realidade. Mas como disse o técnico Mano Menezes: "temos que aprender mais". E o Flamengo saiu vitorioso, com uma derrota por 2 a 1.
Isso mesmo. Como o regulamento da competição determina que o gol fora de casa tem mais peso, a derrota por 2 a 1 deu ao Flamengo a classificação, pois na primeira partida, no Maracanã, a equipe rubro-negra venceu por 1 a 0. A única vantagem do Corinthians, portanto, foi poder decidir a vaga em casa. Não adiantou ser o melhor time da primeira fase. O péssimo desempenho do Flamego na primeira fase em nada afetou o time do "Império do Amor". Mas todos os times que entram na Libertadores devem saber que não há vantagem nos mata-matas.
O Flamengo venceu a primeira em casa e entrou tranquilo na partida, jogando a pressão para o Corinthians. Tão tranquilo que apenas assistiu à partida no primeiro tempo e viu os donos da casa fazerem 2 a 0, com Danilo e Ronaldo. Mas logo no início da segunta etapa os rubro-negros jogaram o desespero para o lado corintiano mais uma vez com o gol de Vagner Love.
Assim, o Corinthians não conseguiu o gol que lhe daria a classificação. A torcida foi da alegria no primeiro tempo à apreensão, incentivando o time com menos intensidade. O Corinthians tentou até o último minuto, mas não deu de novo. Bruno defendeu um chute de Chicão nos minutos finais e como a torcida alvinegra queria ter ido ao delírio naquele momento...
O apito final decretou mais um fracasso corintiano na competição sul-americana de maior prestítgio e a apreensão deu lugar à tristeza. Mas a fiel reconheceu o empenho do time e aplaudiu os jogadores. O sonho foi mais uma vez adiado, mas não acabou.
O problema foi que um mal maior do que qualquer derrota aconteceu: a tristeza deu lugar à revolta a alguns elementos. Temia-se a violência em caso de derrota corintiana, mas não teve jeito e, como sempre, alguns bandidos fantasiados de torcedores entraram em conflito entre si e contra a polícia nas imediações do estádio. Famílias que saíam do estádio entraram em desespero. Crianças choravam. Cenas das mais absurdas barbáries. Para variar, os elementos presos foram soltos horas depois.
Até que um próximo confronto dentro de campo vire outro confronto fora dele... e assim caminha o futebol brasileiro, sede da Copa de 2014.
Elias chora derrota de sua equipe. Vagner Love o consola.
Tumulto nas imediações do Pacaembu
Rogério Ceni, herói mais uma vez, espera que Fernandão reforce o elenco tricolor para a sequência da Libertadores.
Um 0 a 0 que teimava em atormentar o São Paulo e causar à torcida o mesmo pesadelo de 2004, quando a equipe do Morumbi foi eliminada da Libertadores pelo Once Caldas-COL, que jogava da mesma forma do adversário de ontem, numa retranca intranspovível. Com 11 atrás, o Universitario-PER, ciente de suas limitações técnicas, tinha o objetivo de levar o jogo para os pênaltis e seguir com a mesma estratégia que rendeu o título do maior torneio continental à equipe colombiana seis anos atrás. Quis o destino que desta vez fosse diferente.
O time peruano cumpriu boa parte do que pretendia, até Rogério Ceni voltar a ser Rogério Ceni. O maior ídolo da história tricolor não vinha em boa fase. Nesta temporada tem falhado em algumas partidas e sido alvo de críticas da imprensa e da torcida - claro que, pela sua história, com muito mais respeito que o restante da equipe e principalmente o técnico Ricardo Gomes.
Nas penalidades o Universitario abriu a série e marcou. A primeira penalidade do São Paulo foi cobrada por Rogério Ceni. E ele perdeu. O desespero acometeu os mais de 40 mil são-paulinos presentes no estádio e em qualquer lugar do Brasil. O grande ídolo da torcida, líder do elenco e praticamente dono do time perder o pênalti... Parecia que o mundo ia por água abaixo.
Mas de Rogério Ceni não se duvida e mais uma vez brilhou sua estrela de vitória e superação. Logo após desperdiçar sua cobrança o camisa 1 tricolor pegou dois pênaltis e viu um chute ir para fora. Do inferno ao céu em poucos minutos, Rogério Ceni levou o São Paulo a mais uma classificação.
Agora o time aguarda por Fernandão, mais um jogador de muita experiência, para contribuir com Ceni na liderança do elenco, com o objetivo de tornar o time melhor para a disputa das quartas-de-final, já na próxima semana, contra Cruzeiro - algoz do São Paulo na última edição - ou Nacional-URU.
De qualquer forma, independente do adversário, é preciso jogar muito mais bola para continuar sonhando com o tetra da Libertadores. A equipe precisa melhorar. E logo. Por isso a chegada de Fernandão para comandar o ataque é considerada imprenscindível pela diretoria e por Rogério Ceni.
São Paulo faz proposta hoje ao Goiás para trazer Fernandão ao Morumbi
Paulo Henrique Ganso, o maestro dos Meninos da Vila
Logicamente, pela campanha excelente, o Santos mereceu a conquista do Campeonato Paulista. O time teve o melhor ataque da competição desde 1996, com média de 3,13 gols por partida. Foram 72 gols no total. Além disso, a arte esteve presente neste time e muitos dos gols tiveram uma plasticidade que não se via há muito tempo no futebol brasileiro. O título coroou o time que resgatou o futebol arte.
No entanto, nesta final, somando-se os dois jogos, o Santo André foi melhor e o Santos, quando esperava-se que fosse consolidar seu magistral futebol apresentado até então, foi envolvido por uma equipe taticamente muito bem armada e que também contou com jogadores de muita criatividade. O futebol do Santo André teve beleza e eficiência e deixou muitos de queixo caído. No placar agregado das duas partidas houve um empate em 4 a 4. Não fosse pela campanha o Santos correria sérios riscos de perder o título na prorrogação ou nos pênaltis.
O Santos não aguentou o Santo André na bola. Teve que fazer cera, segurar a partida, pois a falta de maturidade de quem não se esperava, como dos experientes Leo, Marquinhos e Roberto Brum, expulsos tolamente, prejudicou extremamente o time da Baixada. A maturidade, então, ficou por conta dos garotos Paulo Henrique Ganso e Neymar que mais uma vez fizeram a diferença.
Enquanto Neymar marcou dois belos gols, Paulo Henrique Ganso, que deu uma passe antológico de calcanhar no segundo gol, foi o grande mentor do time. O camisa 17 - ontem não jogou com a 10, pois Giovanni, seu conterrâneo que foi relacionado para a partida para comemorar o título, estava no banco - teve uma atitude jamais vista ou muito rara no futebol. Após a expulsão de Roberto Brum o técnico Dorival Junior chamou desesperadamente o zagueiro Bruno Aguiar para recompor o sistema defensivo. O escolhido para sair seria Paulo Henrique Ganso. Seria, pois o craque santista, bateu no peito e disse: "Eu não. Daqui não saio. Deixa pra mim que eu seguro lá na frente" e com isso saiu André, que entrara no lugar de Robinho, que aliás até o momento é um mero coadjuvante no time dos Meninos da Vila.
Mais uma vez Dunga teve provas de que será uma grande besteira deixar de fora Neymar e Paulo Henrique Ganso. Eles marcam gols, dão belos dribles e passes, sem se intimidar com as caras feias e broncas dos zagueiros.
No confronto em que os experientes jogaram mal e foram inocentes e o técnico não teve pulso para manter o 4-3-3 - esquema que vinha fazendo do Santos o melhor time do Brasil - os meninos tiveram que virar homens e fazer a diferença, segurar a bronca.
O Santo André mostrou que o Santos não é tão imbatível assim. Dorival Junior tem lições a tirar deste confronto. A principal delas é que ele não deve fazer do time que estava encantando um time comum. Na quarta-feira a equipe enfrenta pela Copa do Brasil em casa o Atlético-MG, campeão mineiro, comandado por Vanderlei Luxemburgo, que mesmo tendo feito um trabalho ruim no Santos no ano passado, conhece o time, e que na primeira partida em Belo Horizonte venceu por 3 a 2. Se o Santos for o mesmo da final do Paulistão, corre grandes riscos de ser eliminado.