O acerto na estratégia



Correr riscos. Essa afirmação está associada tanto na vida como no futebol. A todo momento estamos correndo riscos, seja no trânsito, nas ruas, em casa (ainda mais com a violência de hoje em dia), com nosso próprio corpo etc. Também podemos acertar ou errar. Por sermos seres humanos não somos perfeitos fisica, emocional ou intelectualmente.

No futebol, não é diferente. As equipes correm riscos de perder ou ganhar. Não há equipe perfeita, imbatível e por ser tão imprevisível o futebol é tão emocionante e apaixonante.

Prova disso é a conquista da Internazionale de Milão na Copa dos Campeões da UEFA. A equipe comandada pelo competente José Mourinho (apesar de sua arrogância em alguns momentos, há de se reconhecer que hoje ele é o melhor do mundo em sua função) bateu os favoritos Chelsea e Barcelona. Assim como o adversário do time italiano na decisão, o Bayern de Munique, passou por outro cotado como favorito, o Manchester United. Apesar de favoritas, essas equipes não eram imbatíveis, portanto.

Na final, a Inter manteve sua estratégia contra os alemães, mas não passou por sufoco, já que o time do técnico Louis Van Gaal, sem Ribery, foi muito dependente de Robben. Assim, em dois lances de contra-golpes mortais a Inter garantiu o título com dois gols de Diego Milito.

Não é incomum no futebol que equipes superiores tecnicamente sejam surpreendidas pelo seus adversários. Mas essa conquista da Inter foi especial. Lavou a alma dos torcedores, que não viam o time que veste negro e azul vencer o maior título da Europa desde 1965. Era de arrepiar a emoção que tomou conta de todos os que estavam no Santiago Bernabéu e nas ruas de Madrid e Milão.

Para bater Chelsea e Barcelona era preciso ser inteligente. E Mourinho foi mais inteligente do que arrogante. É claro que ficar na defensiva contrasta com a beleza do futebol e, jogando assim, a Inter correu riscos. No entanto, mais arriscado ainda seria a equipe ter o atrevimento e a inocência de partir para o ataque diante de adversários mais fortes.

Jogar desta maneira não significou que a Inter não tinha qualidade. Pelo contrário, pois a equipe soube, nos momentos certos, aproveitar muito bem as chances que teve. E para aproveitá-las da melhor maneira possível, só tendo excelentes jogadores para defender como Julio César, Lucio, Samuel, Cambiasso, Thiago Motta e Zanetti, para dar o passe preciso, como Sneijder, para contra-atacar com muita velocidade, como Maicon, Pandev e Eto'o e para finalizar com perfeição, como Diego Milito. Temos que destacar também que alguns desses jogadores são bons para outras funções além das apontadas.

O que caracterizou o time italiano que venceu tudo nesta temporada (Copa dos Campeões, Campeonato Italiano e Copa da Itália) foi a entrega e a versatilidade dos jogadores. O maior exemplo disso foi Eto'o, centroavante de origem, mas que com a boa fase de Milito, foi deslocado para jogar aberto pelo lado direito do meio-campo, função que executou com propriedade. Eto'o conquistou assim seu terceiro título europeu e sua segunda tríplice coroa. Havia conquistado duas Champions e uma "tripleta" com o Barcelona, que o cedeu à Inter junto com 40 milhões de euros para ter Ibrahimovic. Não é preciso nem dizer quem se deu melhor na negociação.

Na maioria das vezes, a estratégia mais sensata e inteligente, na vida como no futebol, é a menos arriscada. E deu certo. A Inter conquistou tudo o que disputou nesta temporada.

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