Coerência VS Inteligência



Dunga mostrou ontem que a coerência que tanto exalta nem sempre é inteligente. Na coletiva após o anúncio da convocação dos 23 jogadores que irão para Copa do Mundo da África ele tentou justificar as ausências de alguns nomes dando "aula" de patriotismo e deixando claro que só pensa no futebol de resultados, pragmático, nem que tenha condições de montar um time melhor.

Fazendo referências a dois mestres colunistas justificamos o quanto a coerência de Dunga não é tão positiva como pensa o técnico da Seleção Brasileira. Tostão, em sua coluna na Folha de S. Paulo no último domingo, disse sabiamente que nem sempre a coerência é uma virtude e citou uma frase de Millôr Fernandes: "Coerente é o sujeito que nunca teve outra ideia". Isso diz tudo. Juca Kfouri, logo após a entrevista coletiva de Dunga, disse no programa "Bate Bola" da ESPN Brasil que o técnico da Seleção foi coerente com seu grupo de jogadores e o abraçou para ganhar ou perder com todos juntos, o que não deixa de ser certo. Mas, como ele diz que é tão patriota, onde está sua coerência com a maioria do povo brasileiro que pedia a convocação dos meninos da Vila, principalmente de Ganso?

Na Copa, se o Brasil vencer - e de fato é um dos grandes favoritos ao título - será como em 1994, sem fantasia, somente com resultado, sendo que teria condições de montar um time melhor, diferentemente daquele ano. Dunga poderia ter feito melhor e não quis.

Enfim, as palavras de Juca Kfouri e Tostão (também emprestadas de Millôr Fernandes) mostram que coerência só combina com inteligência na escrita e na pronúncia. Na vida, nem sempre.

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