A magia do futebol

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Trio de ouro! Paulo Henrique Ganso e Robinho acompanham Neymar na comemoração (Foto: Tom Dib/Lance)


Não foi com tanta fantasia como nas goleadas que já aplicou neste ano, mas a vitória do Santos no clássico diante do São Paulo mostrou para os críticos que o time sabe também jogar taticamente, tanto que ontem entrou com uma formação diferente da que vinha atuando, com André sendo sacado do ataque para a entrada de Pará na lateral-direita, com Wesley indo para o meio-campo. Isso mostra que não só Neymar, Paulo Henrique Ganso, Robinho e cia. que se destacam. Muito do sucesso desse time se deve ao técnico Dorival Junior.

Não é fácil no futebol de hoje em dia ter a coragem de escalar um time ofensivo. Ao longo dos anos, insucessos de grandes equipes do futebol mundial, como a Hungria, na Copa de 54, a Holanda em 74 e o Brasil em 82 fizeram mal ao esporte, criando uma cultura de que não daria mais para jogar de maneira bonita, ofensiva e objetiva.

Nos últimos anos poucos times tiveram ousadia e saíram do pragmatismo. Uma exceção é o Barcelona, que voltou a jogar com três atacantes quando Frank Rijkaard assumiu o time em 2005 e continuou assim com Guardiola desde a temporada passada, esbanjando criatividade na época de Ronaldinho Gaúcho e agora com Messi, conquistando a Champions League em 2006 e 2009.

Quando Dorival Jr. chegou ao Santos o elenco estava desmotivado por ter sido quase rebaixado no Campeonato Brasileiro e foram poucos os reforços. Enfim, ninguém acreditava no Santos.

Dorival Junior acreditava e colocou em campo o que tinha de melhor no elenco. E o melhor era no setor ofensivo. Deu a Paulo Henrique Ganso e Neymar a confiança necessária para que eles explodissem, o que não havia acontecido no ano passado. E com a chegada de Robinho o trio começou a fazer a festa, jogar por música, como se estivessem dançando, bailando, devolvendo a alegria ao futebol brasileiro. Até nas comemorações há dança.

Logicamente não se pode deixar de destacar a importância de coadjuvantes como Marquinhos, fundamental para o time nas assistências, Arouca, que se desdobra no meio-campo para liberar a moçada, Pará, que corre o tempo todo, Wesley, que joga bem em qualquer posição que o coloque, a dupla de zaga segura Durval e Edu Dracena e o artilheiro André, que surgiu de maneira surpreendente vindo das categorias de base, quando todos diziam que o time precisava de um atacante.

O Santos, que enfrenta o Santo André na final, está a um passo do título e se vencer será um grande bem para o futebol brasileiro. Resta torcer para que outras equipes e técnicos comecem a pensar assim também. Futebol pode ser sim espetáculo, basta ter competência!

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